O Informativo Econômico da CBIC destaca o crescimento de 6,9% da construção civil em 2022, conforme dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados no dia 02/03 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro da expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que projetou alta de 7% para o setor. Além disso, o dinamismo do setor superou, pelo segundo ano consecutivo, a economia nacional, já que em 2022 o PIB Brasil cresceu 2,9%. Em 2021 a construção cresceu 10% e o PIB Brasil apresentou incremento de 5,00%. Assim, no biênio 2021-2022 enquanto o País cresceu 8,05% o setor registrou expansão de 17,59%.
Na avaliação da economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, o desempenho positivo da construção nos últimos dois anos foi impulsionado por um ciclo de negócios imobiliários iniciado com a pandemia. Como o processo de produção do setor é longo (de dois a três anos), os reflexos positivos ainda são sentidos.
Os bons números do PIB, que evidenciam o dinamismo positivo do setor, são refletidos diretamente no mercado de trabalho. Em 2022, de acordo com os dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, a construção civil gerou 194.444 novos empregos com carteira assinada. Dessa forma, o número de trabalhadores formais no setor cresceu 8,42%, passando de 2,308 milhões no final de 2021 para 2,502 milhões no final do último ano.
Considerando as séries do Caged e do Novo Caged, o número de novas vagas geradas pela construção, em 2022, corresponde ao segundo melhor resultado do período 2012-2022, ficando atrás somente de 2021 (245.044). A construção de edifícios em 2021 e 2022 foi responsável por 188 mil novas vagas formais no setor, enquanto o segmento de serviços especializados para a construção criou 185.814 novos postos e as obras de infraestrutura 65.652. Portanto, segundo a economista, os três segmentos do setor registraram resultado positivo no mercado de trabalho nos últimos dois anos.
Em 2022 o número de trabalhadores formais na Construção (2,503 milhões) correspondeu a 5,86% do total dos empregos formais no País (42,716 milhões). Mesmo assim, o setor foi responsável por quase 10% (194.444) do total das novas vagas geradas no ano (2,038 milhões).
Desde o início do segundo semestre de 2020, a Construção Civil já gerou mais de meio milhão de novos empregos, o que evidencia toda a importância social e econômica do setor. De julho/20 até dezembro/22 o setor criou 576.371 novas vagas com carteira assinada, conforme dados do Novo Caged. Com isso, a Construção Civil superou o patamar de 2,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada.
Vasconcelos salienta que a construção civil encerrou 2022 com um patamar de atividades 15,76% superior ao período pré-pandemia (2019). Mas, mesmo considerando os resultados fortes do período 2021-2022 o setor ainda está 20,44% abaixo do pico de suas atividades registrado no início de 2014, o que demonstra que o setor ainda tem muito a crescer para recuperar o patamar de suas atividades.
Apesar do resultado positivo anual positivo, chamou atenção a queda de 0,7% do PIB da Construção no 4º trimestre/22 em relação ao 3º trimestre/22. A última vez que o setor apresentou recuo na comparação de um trimestre em relação ao imediatamente anterior foi no período abril-maio-junho/2020, ou seja, no início da pandemia no Brasil. Portanto, a Construção Civil perdeu fôlego no último trimestre de 2022.
Veja a íntegra da análise da economista Ieda Vasconcelos no Informativo Econômico da CBIC.
https://sinduscon-rs.com.br/construcao-civil-confirma-expectativas-e-cresce-forte-pelo-segundo-ano/