O desabastecimento e os aumentos dos preços dos insumos continuam sendo o principal desafio da indústria da construção. Para demonstrar o impacto da alta no setor, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (17). Apesar de o governo trabalhar com a possibilidade de promover uma redução global das alíquotas de importação, a CBIC solicitou um tratamento específico para o aço.

De acordo com o presidente da CBIC, José Carlos Martins, a entidade busca melhores condições de importação de diversos materiais. Além disso, pediu união do setor para gerar volume e garantir maior peso nas negociações. “Peço que vocês se reúnam com os sindicatos e entidades para agregar e juntar grupos para fazer importações com um volume de compra razoável de vários tipos de materiais. Vamos começar pelo aço que é emblemático, volumoso, caro e muito impactante no nosso produto final”, reiterou.

A alta no preço dos materiais de construção reflete na diminuição de lançamentos no setor imobiliário, resultando em queda na geração de emprego e renda no país. No mês de janeiro de 2021, a construção gerou mais de 44 mil empregos formais. Já no mês de abril, esse número caiu pela metade: foram abertos cerca de 22 mil postos de trabalho. Além disso, o aumento também prejudica o andamento das obras do programa federal Casa Verde e Amarela.

“A nossa força vai mostrar o que é mais importante para o Brasil: se são alguns aproveitarem disso [do aumento] ou se é a população poder ter mais casa. Quando eu subo os insumos da forma que estão subindo, eu estou dizendo que as pessoas terão menos casa, menos saneamento, menos infraestrutura, que nós combateríamos menos o Custo Brasil – porque infraestrutura é item básico. Ou seja, com o mesmo dinheiro farei menos fisicamente e isso é muito ruim para o Brasil inteiro”, disse o presidente da CBIC durante a live ‘Quintas da CBIC’ sobre ações conjuntas a respeito do aumento de materiais, que aconteceu no dia 17 de junho.

Martins ainda fez um apelo para que o setor trabalhe o assunto e mostre às comunidades locais o quanto o aumento é nocivo à vida dos brasileiros. “As pessoas ficarão sem casa, sem viaduto, sem creche, sem escola. Nós não devemos nos omitir em falar para todo mundo. Enquanto estivermos mobilizados, eu tenho certeza que a nossa chance de sucesso em nossas demandas é muito maior”, enfatizou.

O tema tratado tem interface com o projeto “Inovação e Tecnologia na Indústria da Construção“, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, com correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional). O Sinduscon-RS é representado neste grupo pelo vice-presidente Roberto Sukter. (Fonte: Cibic Hoje)